quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

A força da água


      
         Agua das fontes, mansidão
         Correm alegres sem cuidados
         Puras e leves, são o que são
         Deixam para trás os verdes prados,

         Corre a agua a força avança
         Até chegar ao mar alto
         Deixa ali de ser criança
         E faz-se adulta num salto,

        Ela canta, ela chora
        Quando canta, encanta
        Quando chora trás a hora
        Do desterro, tudo espanta,

        Sua força mete medo
        A quem dela se aproxima
        Ela guarda o seu segredo
        E por vezes, desanima,

       Sua força é tão profunda
       Tudo grita por onde passa
       A terra fica fecunda
       Leva vidas que a morte abraça,

      Como naquele dia fatal
      Vidas novas arrastou
      E naquele areal
     Tristeza e dor deixou

     Nada há que se compare
     A esta força descomunal
     Zangada, tudo arrasta
     Nas praias de Portugal,

                        Maria Piedade