segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Um passeio pelo rio douro


           Com sua força de gigante
           Recebeu todas as águas
           E já um pouco distante
           Espalhou algumas mágoas.

          Alagando as suas terras
          Destruindo sementeiras
          Atravessando as serras
          Entrou em casas alheias,

         E murmura o coitado
         Não me queiram tanto mal
         Eu sinto-me ansiado
         Pela culpa do temporal,

        Por entre serras correndo
        Vou seguindo meu caminho
         E vou crescendo, crescendo
         Mas nunca estou sozinho,

        É meu destino correr
        Tenho pressa de chegar
         Vou num constante crescer
          E só descanso no mar,

        E assim chega ao Porto
        Um pouco mais animado
        Apesar de quase morto
        Num doce murmúrio alado.

       Até ás caves de Gaia
       Entusiasmado avançou
       Desejoso pela bebida
      Mas ás pipas não chegou.

     Ao retirar-se vencido
     Vai chorando pelo caminho
    Mostra assomos de traído
   Mas o mar lhe dá carinho,

                                Maria Piedade